sábado, 31 de outubro de 2009

Vida noturna


A vida aqui é noturna. Lojas, papelaria, padaria, tudo fica aberto até tarde da noite. Aleixa me explicou que devemos dizer "são oito horas da tarde". Vou ter me adaptar a esse ritmo tão diferente do Brasil, onde às seis se para tudo.
Agora há pouco fui ao mercado, aberto à noite. Entre tantos doces, encontrei um kibe frito que me animou. Mas ele estava frio.

Primeira noite


A primeira noite em Barcelona chegou muito cedo para mim. Aqui são três horas a mais que Brasília. O bairro Gràcia é realmente é uma "gracia", com o perdão do trocadinho. Ruas estreitas, edifícios antigos, muitos bares e restaurantes, muitas crianças e gente do mundo inteiro. Aluguei um quarto no apartamento da Aleixa, uma espanhola de 30 anos muito gente boa.
Saímos à pé, como se costuma fazer aqui no bairro. Fomos a um bar chamado DLuz. Tomamos um chopp e comemos uma porção de jamón (presunto) com torradas. Expliquei pra ela que eu gosto mesmo é de comer Maria Isabel, farinha de puba e chambari. Hahahaha. Ela ficou interessada na carne de sol, mas não dá pra fazer aqui, nem sei fazer como o meu pai.
Ah, no balcão tinha uma Ypióca, made in Brazil. Tive que fotografá-la junto com o garçom gatinho. Rs.

Taxista


Do Aeroporto de Barcelona até o bairro Gràcia, onde vou morar, fui conversando com o taxista. Disse que se chamava Juan, é filho de mãe gallega e pai espanhol. Me contou que Barcelona é uma cidade muito bonita e os índices de violência, baixos. Mas me alertou que há muita "mão leve" na cidade, para ter cuidado com furtos. No caminho, vi um casal de idosos sentados em um banquinho na Gran Via. Tentei fazer uma foto deles, mas um carro passou na frente. Preciso de uma máquina fotográfica mais potente.
Fiquei encantada com a arquitetura antiga dos edifícios. Há muita coisa para fotografar aqui. O taxista me disse que o filho namorou uma mulher de Salvador, mas que o namoro não foi adiante porque ela fazia “bruxaria”. No final das contas, disse que o filho tem 28 anos e que é esportista e muito bonito. Perguntou se queria conhecê-lo e ser namorada do rapaz. Hahahaha.
Bom, encontramos o apartamento da Aleixa, mas pedi que me deixasse em um restaurante, porque ela só chegaria uma hora depois. Na hora de ir embora, ele me deu o telefone e do filho. Disse que na verdade se chama Alfonso. Revelou que não me disse o verdadeiro nome porque não confia em estranhos. “Então agora o senhor confia em mim?”, perguntei. “Agora confio.”
E seguiu falando: “Meu filho é muito educado e bonito. Liga pra ele.”

Orelhão


Foram 8 horas e 45 minutos de voo até Lisboa. Cheguei louca pra encontrar uma lan house. Supercaro: 4,50 euros a hora. Tuitei bastante até a hora de embarcar para Barcelona. Ficamos uma hora dentro do avião parado por causa da forte neblina. Foi uma hora e meia de voo e muita dor de cabeça na hora de aterrissar.
Cheguei ao Aeropuerto del Prat, em Barcelona, com as costas moídas da noite mal dormida. Precisava avisar a meus pais que estava tudo bem. Procurei em algumas lojas uma "tarjeta" (cartão) para telefonar. Ninguém sabia onde encontrar. Achei um rapaz usando o orelhão e lhe perguntei:
- Dónde encuentro una tarjeta?
- Necesitas de una moneda de un euro.
- Ah, muchas gracias.
- Você é brasileira?
- Sou.
- Eu também.
Hahahaha... Aqui há muito brasileiro, só não entendi como ele me identificou. Pensei que estava arrasando no Espanhol. Rs.

Adiós, Brasília


Aeroporto JK, em Brasília. Parei em frente às portas de vidro da sala de embarque. Por alguns instantes não ouvia o que meus familiares me diziam. Só pensava: ao passar por aquela porta, muita coisa vai mudar. Respirei fundo e me despedi das pessoas que amo. Uma nova etapa da minha vida começava naquele momento.